Rondinelly deixou claro o seu interesse de sair do Vila Nova e vestir a camisa do Grêmio,
mas só a vontade do jogador não deve levá-lo ao Tricolor gaúcho. O
afastamento de Eduardo Barbosa da presidência do Tigre goiano pode
transformar a negociação do meia em uma novela. Quando o ex-dirigente
estava no comando do Colorado, a venda do jovem estava praticamente
selada. Mas a nova diretoria não aceitou as condições impostas pelo
Imortal. E tudo pode parar até mesmo na Justiça.
Isso porque o empresário do jogador, Márcio Mello – parceiro de
Reinaldo Pitta e quem negocia diretamente com o Vila Nova – deu até
quarta-feira para que o time alvirrubro aceite ou não a proposta do
Grêmio. Entretanto, caso a resposta seja negativa, Mello promete ir à
Justiça para tentar a liberação de Rondinelly. A alegação é de que o
ex-presidente Eduardo Barbosa assinou um documento permitindo a
liberação do meia, que tem contrato com o Vila Nova até 2015, por
qualquer proposta salarial maior à que o jogador receba no Tigre.
- A gente deu um prazo para resolverem isso, e se porventura não
resolverem vamos fazer por esse meio – jurídico. Temos um documento que
diz que depois do Goiano, se aparecesse uma proposta salarial superior
ao que ele – Rondinelly – ganha no Vila e com um sexto da multa
rescisória dele, que é de R$ 500 mil, ou o Vila deposita esse valor na
conta do Rondinelly, ou libera o jogador. Esse é um documento que ele
fez quando renovou o contrato – no início de fevereiro – revelou.
Tal documento foi avalizado pelo ex-presidente do Vila Nova, Eduardo Barbosa, que está afastado do clube desde o último dia 2 por irregularidades,
como desvio de recursos do clube. Segundo Márcio Mello, o documento
feito por Barbosa tem validade, mesmo com a mudança da diretoria. Mas
não é o que pensa o presidente em exercício do Colorado, Marcos
Martinez.
- O empresário dele – Márcio Mello – está dizendo que vai à Justiça,
pois digo que podem ir. O Rondinelly tem contrato com o Vila Nova até
2015, e se não acertamos a negociação, ele tem que cumprir o contrato.
Eles não estão querendo aceitar a nossa proposta e querem que nós
aceitemos. O empresário nos deu o prazo final, mas isso é ridículo. O
dono dos direitos do jogador ainda é o Vila Nova. Nós que temos que dar
imposições – respondeu Martinez.
Impasse está no modo do pagamento
A negociação ainda não foi concluída devido a um desentendimento no
modo como o Grêmio quer pagar o Vila Nova. O Colorado tem 75% dos
direitos do jogador, e o restante é do próprio atleta. A atual proposta
do Tricolor prevê o pagamento de R$ 500 mil por 50% dos direitos do
jogador agora, com opção de compra dos outros 25% de posse do Tigre no
final do ano. Segundo Márcio Mello, o valor total a ser pago pelo Grêmio
chegaria a R$ 1,2 milhão. O Vila Nova quer a compra definitiva de
imediato.
- O que tem travado o negócio não é o valor. É a forma de pagamento.
Esperamos resolver tudo isso o mais rápido possível – comentou Marcos
Martinez.
O representante do jovem meia esteve em Goiânia na última semana e se
reuniu duas vezes com o atual presidente colorado, Paulo Diniz,
ex-presidente do Conselho Deliberativo do clube, mas que continua
influente na diretoria, e Misael Oliveira, deputado estadual e
conselheiro do Vila. De volta ao Rio de Janeiro, onde tem seu
escritório, Márcio Mello diz que não entende os motivos para o impasse, e
critica a postura da cúpula alvirrubra.
- Eu vou ser bem claro, minha intenção era que essa situação fosse
resolvida da melhor maneira possível. Infelizmente eles estão pensando
que o Rondinelly é a salvação do Vila Nova, que vai resolver todos os
problemas do clube, mas não vai. Não tenho nada contra ninguém na
diretoria do Vila, mas fui bem claro. Nenhum clube vai vir e pagar de
uma vez R$ 1 milhão pelo Rondinelly. Nós acreditamos nele, mas para o
restante do Brasil ele ainda é uma aposta. O Luxemburgo quer ele, e o
Grêmio está pagando por isso – defendeu-se o empresário.
Rondinelly não esteve presente na reapresentação dos jogadores na manhã
desta segunda-feira no Vila Nova. Ele alegou problemas particulares,
mas era aguardado para treinar junto com o restante da equipe pela
tarde.
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